sexta-feira, 11 de março de 2011

FÉRIAS PROLONGADA

Capitulo Primeiro



Estava um dia maravilhoso, o sol radiante, eu me encontrava na varanda me balançando para frente e para trás na cadeira de balanço e apreciando a linda fazenda dos meus avôs queridos. Isso era incrível, afinal era a única coisa prazerosa á fazer nesse lugar, fora isso não havia nada de bom á fazer, é nada digamos do meu interesse. Já se passavam duas semanas que eu estava naquele sufoco, não via a hora de voltar para casa, mas também queria ficar mais um pouquinho. Nessa fazenda medíocre não tinha nenhum acesso á mídia, ao mundo lá fora, nem televisão, nem computador, eu nem sei como esse povo sobrevivia sem TV, , só tinha um radinho na casa que escutavam as noticias da região e musicas sertanejas . Mas por mais que fosse chato e tenso eu estava aprendendo muita coisa que na cidade grande eu não sabia fazer, a cozinhar e limpar galinheiro, eca.Levantei da cadeira e desci lentamente a larga escada, por onde subiam e desciam empregados. O sol estava muito quente e por isso queimava minha pele, chega ardia, mas continuei o trajeto nem sei para onde, mas continuei. Parecia que a temperatura do sol estava ficando cada vez mais forte, eu tentava fugir, e me escondia  em cada cantinho de sombra  que encontrava. Avistei uma montanha com belas gramas e me direcionei á ela aprecei os passos e quando cheguei me joguei de baixo da arvore e fui pegando no sono aos pouquinhos.Depois de um tempo fui abrindo os olhos lentamente e vi um rosto masculino e belo na minha frente, uma coisa fora do normal, um homem perfeito, olhos castanhos bem claros com músculos definidos e um olhar super sedutor. Pensei que estava sonhando quando me deparei que não era sonho, me levantei instantaneamente e comecei a gritar que nem louca.  Ele tentava me acalmar e cada vez que ele falava mais eu gritava, até que ele me pegou pelos os braços e gritou: CAAAAALMA! E fui cessando   o escândalo.-Me solta, você esta me machucando. – tentava me livrar de suas mãos enormes.-Ta bom, eu te solto, mas promete que não vai gritar? – falou olhando no fundo dos meus olhos e foi me soltando lentamente, estava realmente confiando em mim e eu nele.-Quem é você? E porque tava me olhando? – perguntei aumentando o tom a cada palavra.-Calma, calma, eu sou Victor Hugo, prazer?! – estendeu sua mão – eu moro na fazenda Carmen aquela depois da montanha. – falou apontando.-Ah, eu sou Danieli, estou passando uns dias na casa de meus avôs, Gina e Francisco... conhece?-Claro que sim, eles são meus padrinhos. Nunca te vi por aqui.-È, que conhecidência não? È porque não gosto muito dessas bandas sabe, sou mais agitada, gosto da cidade grande... –rimos.-Ah, sim entendo... Mas é a primeira vez que você vem aqui NE? – perguntou curioso e dando um breve sorriso.-Não... Já vim aqui umas vezes, quando era pequenas, mas fui embora no mesmo dia.-E o que aconteceu para você vim passar as férias aqui, já que não gosta “dessas bandas” –falou fazendo aspas com a mão.-È que na verdade são férias com castigo sabe? Andei extrapolando por lá.-Hum, normal coisa de adolescente. – riu-verdade, e você faz o que da vida? – perguntei curiosa.-Eu ajudo meu pai na fazenda e adoro andar de cavalo– sorriu.-Que legal,hã... aqui tem algum barzinho, baladinha para se dispersar um pouco?-Hãm? – expliquei – AH... tem, aos fim de semana vem grupos sertanejos para a fazenda de meu pai e tem aquelas coisas todas, churrasco, cerveja... E muitas coisas.-Churrasco? Cerveja? AFF. Que coisa caipira.Riu sem entender minha intenção – È, é sim e tem vez que tem forró a noite inteira.-AH sim, entendo.-E na cidade o que você gosta de fazer?-Pois é, são muitas coisas, saiu bastante, gosto muito de beijar, sexo, beber bastante. – reparei que em quanto falava seus olhos se arregalavam.-Nossa, quanta coisa, não?-Verdade, se quiser eu te levo um dia numa baladinha você vai amar.-Não, não, não combino para essas coisas.-Claro que sim, todo mundo combina, todos gostam.-Mas eu não, sou mais sucegado, gosto de campo, tranqüilidade sabe?-Uhum. Mas acho que também deveria conhecer outro lado da vida, mais agitado. – sorri-Já tenho Minha agitação, cavalos, vacas, bois e etc...-Comecei a rir loucamente. – Oh, imagino quanta agitação, limpar bosta de cavalo, pegar leite de vaca isso não é para mim.-Que isso menina, é um contato com a natureza, algo extraordinário, sensacional...-Oh, imagino! Mas cada um com seu gosto NE. Bom vou-me indo que já ta na hora. – falei me levantando.-Ok! Eu continuarei meu trajeto, vou ver se não tem mais loucas por ai. – riu-HAHA engraçadinho. Tchau.-Quer uma carona? – perguntou subindo no seu cabelo marrom bem cuidado.-Não, não Obrigada, vou a pé mesmo, boa viajem. – pisquei e segui um caminho diferente do dele.Desci as montanhas suavemente e com a cabeça de baixo daquela arvore ainda, com a mente presa ainda á poucos momentos atrás. Pensando naquele moreno de olhos claros e sua voz suave, com seu sorriso maldoso e ao mesmo tempo inocente. Cheguei na  casa e fui para meu quarto na pontinha dos pés, mas não adiantou nada, meu avô estava escondido atrás de uma parede e me deu um susto tremendo.-Aonde você tava mocinha dos cabelos dourados? – ele por mais sério que falasse sempre brincava.-è. Andando por ai vô, não posso conhecer sua fazenda vôzinho? – falei com um tom angelical e alisando seu rosto, tentando convencê-lo com meu tom inocente.-Ta bom então, agora vai tomar seu banho e venha jantar. – disse e deu um beijo na minha testa. – UFA! Falei logo que ele saiu. Entrei no quarto e bati a porta que fez um estrondoso barulho, essa não foi minha intenção.  Tirei aquela roupa suada e peguei uma toalha no guarda-roupa,  liguei o radinho que tinha no meu quarto e não achava nenhuma radio boa, troquei, troquei e nada, desliguei de raiva e fui para o banheiro. Terminei de me despir tirando as partes intimas e entrei no banho, a aguá caia e cobria meu corpo por inteiro, passava o sabonete lentamente e fechava os olhos deixando a água cair em meu rosto. Lavei o cabelo, passando duas vezes o xampu e finalizando com o condicionador. Sai do banho e me enrolei na toalha e coloquei outra no cabelo, passei os pés rapidamente no tapete de baixo da porta e fui para o quarto, peguei um shortinho jeans não muito justo e uma regata amarela, tirei a toalha da cabeça e sacudi meus cabelos, parecendo aqueles cachorrinhos depois de um banho. Passei um creme na pele e fui para a sala. A casa  era de um andar só e qualquer coisa ou barulhinho que fizesse dava para ouvir. Cheguei à cozinha e vovó estava colocando a mesa, elogiou meu perfume , agradeci e ajudei-a finalizando com o suco de pêssego.O Jantar foi tranqüilo, nada de escândalos, afinal era raro ter escândalo aqui. Vovó tinha feito abobrinha recheada em clubinhos, saladas verdes com tomates e nhoque, estava divino, uma delicia, mas não passei dos limites. Acabamos de jantar e tiramos a mesa, no caso eu e minha avó, meu avô foi para varanda como fazia todas as noites. Depois que nós terminássemos de arrumar as coisas iríamos também. Uma das coisas legais aqui era o lual que fazíamos todas as noites, só nós três e as vezes convidávamos vizinhos, mas era raro, muito raro. Vovó terminou de arrumar a cozinha e eu fui para meu quarto pegar o violão, vovó levaria a sobre-mesa surpresa, sempre fazia esse truque pelo menos desde o dia que cheguei aqui. Apreciamos o manjá de vovô e ficamos a noite toda cantando e tocando musicas. Por eu ter crescido no meio de gente caipira, eu sempre escutava aquelas musicas chatas e acabava me apegando, papai me poluía com essas musicas que mesmo que eu não quisesse cantar sempre eu lembrava de uma. Essa noite cantamos duas de Zezé de Camargo e Luciano e 2 de Oswaldo Montenegro. Por mais que fossem musicas antigas, eu gostava, batia uma nostalgia em tanto, me lembrava a minha infância e nos tempos que ia para antiga fazenda desses avós e quando iam em casa e praticávamos lual na sacada do prédio.-Danieli, lembra daquela de quando você era pequenina. – puxou no violão e me lembrei.-Sim, sim a intuição, do Oswaldo. – falei eufórica e comecei a cantar – “canto uma canção bonita, falando da vida em re maior”.-“Canto uma canção daquela de filosofia, do mundo bem melhor”– vovó continuou e de repente estávamos todos cantando junto, bem alto. Riamos, brincávamos, foi um momento único e significativo para minha vida, como todos os outros que passava a noite cantando com minha família, com a casa cheia e todos rindo e brincando, que saudade.
 
 

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